04/06/2009

MOTEL MEDIEVAL 2 O Início, ou A primeira vez no motel com a menina de Caxias

Domingo, 1º de maio de 2004, dia do trabalhador (dia mesmo) – 08:30 da manhã



Eram oito e meia da manhã e eu quase passei batido pela garagem do quatro, tive que dar uma ré e manobrar. Estacionei, baixei a lona da porta e tratei de catar minhas coisas no carro, o kit de sobrevivência. Uma mochila com tudo o que eu precisaria por uns três ou quatro dias, inclusive um monte de camisinhas que eu não usaria. Ao ver tudo aquilo ela deve ter pensado que eu ia matá-la, e talvez eu pudesse, mas não queria. Dois bêbados tiveram dificuldade em achar o interruptor e acabaram subindo as escadas no escuro. Já era dia quando entramos no quarto e antes que a puta começasse a se enroscar em mim, eu fui fechar as cortinas e ligar o rádio, ficando bastante enojado por não ter trazido nenhum CD. Sintonizei na 103 e como sempre: boa música. Ela começou, me abraçava, me beijava e eu nada, eu ainda não tinha conseguido mijar e aquela sensação de que seria nas calças ainda me perseguia. Pedi licença e entrei no banheiro, parei na frente do vaso e nada, fui fechando a porta pra ver se o problema não era nervosismo, fiz o truque da torneira e me irritei:
- Porra eu não consigo mijar!

Talvez ela tenha se assustado com o grau de importância que eu estava dando praquilo, mas qualquer pessoa que estivesse com o cú cheio de cerveja e não conseguisse mijar há mais de três horas ficaria desesperada. Porque eu não tinha esse direito?
- Que que foi gatinho?
- Pára com isso. – Falei, num tom amigável.
- Isso o que?
- Pára de me chamar assim.
- Mas tu não é gatinho? – Eu não sou gatinho e tu é uma putinha prestes a ser comida seria a resposta apropriada, mas eu simplesmente disse não.
- Tu é o meu gatinho.

Ela ficou quieta e eu voltei a me concentrar no meu mijo. A cocaína. Eu achava que era ela que causava isso, toda aquela coisa de o cara brochar e o caramba, devia ser isso. Será que com o resto do pessoal era assim também? Será que é muito cedo pra ligar pra algum deles? Ou muito tarde? Eu podia dizer pra ela que tenho pedra nos rins, talvez justificasse o tempo que eu já estava na frente daquele vaso ‘desinfectado’ como dizia o aviso. Mas e se fosse a cocaína e eu não sabia? E se ela soubesse? Hoje sei com certeza que não é, estou limpo há duas semanas e continuo com dificuldade pra mijar em alguns momentos, mas naquele dia fiquei preocupado Se bem que eu deveria saber que a cocaína não prejudica só a irrigação sanguínea do pau, ela também corta a libido, a vontade de comer alguém é mais por agressividade do que por tesão. Clube da luta: “Eu precisava destruir algo bonito”. Isso é cocaína, por isso ela me fascina. Fascinava. Eu tenho esse lado destrutivo que a cocaína oferece, então não preciso dela.
Voltei pro quarto, circulei, tirei o sapato, a camisa, as meias, mas não sei se foi exatamente assim, não lembro, estou tentando ser preciso mas não preciso ser tanto. O som do rádio estava legal, dei uma ligada na TV e apesar disso tudo não ter durado dez minutos eu acho que relaxei o suficiente pra voltar lá, me concentrar e mijar. Devo ter feito umas caretas bem feias, é normal quando eu mijo.
Hoje é 26 de maio e as duas últimas páginas eu escrevi sentado no Bourbon da Assis Brasil, ás cinco da tarde. Estou tomando o segundo meio litro de chopp, da Brahma é bom frisar, pois ultimamente esses shoppings e hipermercados estão dominados por chopp Kaiser, e agora resolvi misturar uma cerveja escura pra ficar um pouco mais forte, mas só tinha Malzebier. Azar, foi ela mesmo, é cerveja de mulher, doce pra caralho, mas nos dias de hoje o que importa é design visual e o meu chopp estava preto, era o que eu queria. Foda-se a Malzebier, já acabou. Trilha sonora do Blade Runner rolando e aquela nostalgia tentando me fazer fugir do assunto. Esquece.

Voltei
Com muito leite pra mamarem eu agora voltei pro quarto de motel, e de bexiga vazia comecei a me roçar na puta. Deitei na cama e ela veio. Tutti, Tutti, a minha Tutti-Frutti. Será que é amor? Não sei, mas ou ela era uma péssima profissional ou sabia desligar-se dos artifícios da profissão e me tratar como um sei lá o que. Namoradinho. Ela nunca tinha tido um namoradinho. Eu estava só de calças e então comecei a tirar a roupa dela também, tirei a blusa e não fiquei surpreso ao vê-la de soutien. Tutti tinha tetas pequenas, se é que existem tetas pequenas, eu acho que nesse caso o nome adequado é seio. Porque a teta por si só já nasceu grande. Pra ser teta tem que ir embaixo e voltar, com ela não acontecia isso, ela era bem magrinha e tinha aqueles peitinhos de colegial, doze a treze anos. Ela se sentou do meu lado (eu estava deitado) e tirou o soutien e então eu comecei a chupar e morder os biquinhos dos seus seios (agora sim!). Tirei a calça dela e ela estava com essas calcinhas minúsculas e justas que as putas usam. A calcinha já foi se enrolando junto com a calça e eu alucinado comecei a agarrar feito bicho aquela bucetinha que me parecia mais deliciosa do que nunca. Logo ela estava toda molhada. Eu acho que as putas tem um sistema represa com sensores, quando percebem uma tentativa de arrombamento elas liberam uma quantidade de fluído para evitar danos maiores. SENTIDO DE ARANHA pode ser o termo apropriado (te explica agora Peter Parker?). Quando senti aquela excitação toda eu logo quis chupar a buceta dela, totalmente sem noção, só que pra minha sorte a vagabunda não deixou. Pela primeira vez na vida encontrei uma mulher que não quis ser chupada. Não restando outra alternativa, enfiei meu pau com tudo, nem pensei em camisinha e ela também não queria, além do mais depois de passar uma noite inteira na dúvida, não podia deixar passar essa oportunidade. Já pensou se ele amolece? Fiquei brincando e mudando de posição durante uns vinte ou trinta minutos (poderia ser honesto e dizer que foram duas ou três horas, mas ninguém ia acreditar) e quando senti que ia gozar parei e dei um tempo, comecei o trabalho de manipulação novamente. Repetimos a seção e eu toda hora estava enfiando o dedo no cú dela, até que ela me perguntou:
- Tú gosta de anal?

Mudei de assunto rapidamente, com medo de ter um dedo enfiado no MEU cú, na seqüência. Brincamos mais um pouco e então nos deitamos transversalmente à cama e eu dei um cochilo bem rápido, daqueles que a gente dá atrás do volante e não comprometem, mas quando voltei a mim ela estava dormindo. Senti muito frio e eu estava quase caindo da cama, ainda tentei agüentar mais um tempo do lado dela, mas não deu. Levantei, fechei as janelas, liguei o ar condicionado no máximo do quente e peguei a colcha para cobri-la. Atitudes de um gentleman. Depois de enfiar o dedo no cú de alguém, no mínimo trate bem. O quarto se tornou um lugar térmicamente agradável, e ela seguia dormindo. Como de costume, fui cagar, peguei minha mochila e entrei no banheiro, não tinha chave na porta. Botei a mochila atrás de porta e fiquei de prontidão, cagar nervoso é uma merda. Pra completar meu desespero o papel estava no fim, então teria que ser econômico. Caguei, me limpei como pude, cuidando pra não usar todo papel, dei uma geral e não encontrei outro rolo. Então fui tomar um banho. Tomar banho em motel é uma maravilha, o chuveiro é bom, a água é quente e ninguém bate na porta pra incomodar, no máximo pra dividir o banho. Voltei pra cama de toalha achando que ela já estaria pronta pra começar outra sessão, mas pra minha surpresa a puta continuava dormindo. Liguei a TV, tentei achar alguma coisa pra fazer, desci até o carro para dar uma fuçada e deixar o meu dinheiro lá que era o local que me parecia mais confiável no momento – por razões de segurança. Foi quando encontrei o CD do Chet Baker que eu tinha acabado de gravar, e resolvi levá-lo pro quarto, pois antes de dormir a puta tinha sintonizado o rádio na continental e eu acordei ao som de La Bamba. Só podia ser palhaçada, ela gostava de Kaiser e ouvia Continental, nada contra, mas é rádio de motel. Subi botei o CD do Chet Baker, abri o frigobar, peguei um Keep Cooler e um energético. Fui lavar o copo na pia do banheiro ao som de The Thrill is Gone. O máximo de interpretação, depois de cagar a emoção se vai esgoto adentro. Todo copo de motel deve ser lavado bem antes de usar, pois já pensou se algum maluco que nem eu, antes de sair esfregou o pau na boca do copo só por sacanagem? Já pensou nisso? Não? pode ter bebido champagne em um copo onde eu esfreguei o pau quinze minutos antes... Melhor ser mais cuidadoso da próxima vez. Melhor não dar chance pro azar. Lavei o copo e misturei o Keep Cooler com o energético, ficou muito ruim, uma merda. Tomei o energético puro e depois não consegui tomar todo o Keep Cooler. Eu não parava de arrotar e a minha barriga estava parecendo um tambor, cheia de ar. Que fazer? Procurei novamente um rolo de papel higiênico, não achei, pensei em ligar pra atendente, mas logo descartei essa idéia. Peguei um pacote de guardanapos que estava no frigobar e levei pro banheiro. Dei outra cagada, me limpei com o guardanapo geladinho (nem tanto) e fui tomar outro banho. Quando se caga mais de uma vez no motel a gente põe o papel no vaso, pra ninguém ver aquele volume de papel higiênico no lixo e pensar que tu veio no motel pra ficar cagando o dia todo. Porra, que merda! Voltando do segundo banho e a vadiazinha ainda não tinha acordado, tomei o resto do Keep Cooler que já estava sem gás e deitei do lado dela. Comecei a fazer carinho e tentar acordá-la, acho que possivelmente eu tenha cochilado uma ou duas vezes ainda, antes que ela acordasse. Quando acordou, peladinha, desprezei o seu hálito de cabo de guarda-chuva e comecei a dar uns beijinhos para tentar agradá-la e enfiar o pau de novo. Em pouco tempo eu já estava comendo ela novamente, e novamente parei antes de gozar. Já era quase hora de cair fora, ainda no quarto liguei para a Lú afim de encontrar ela e o Renato para jantar. Combinada a janta arrumei minhas coisas e fomos para o carro, logo depois das oito horas eles já cobram um adicional e eu não estava a fim de pagar. Saímos e eu paguei os quarenta e cinco reais no guichê. Seguimos em direção ao Swing, o putedo onde ela trabalhava, no caminho paramos no posto para ela comprar cigarro. Aproveitei e comprei duas Brahma Extra. Eu ia levar uma, mas a guria do caixa me disse onde estavam umas mais geladas então eu comprei duas, voltamos pro carro e a puta acendeu um cigarro. Derby! Eu não entendo como alguém pode fumar Derby, aí eu tive que arriar:
- Tu vai fumar esse mata-rato?
- Eu gosto, é bem fraquinho.
- Cigarro só Marlboro e mesmo assim faz mal pra caralho. (O Caubói que o diga...)

Não levamos adiante a discussão, não tinha porque sacrificar meu cérebro. Estacionei o carro na frente do putedo e ela me deu o número do celular dela. Eu não dei o meu, combinamos que eu ligaria e ela então teria o número do meu celular. A conversa não se estendeu muito, a gente se despediu e ela foi trabalhar. Jantar e depois trabalhar. Isso era algo que eu não entendia, como ela conseguia detonar um PF violento antes de ir trepar? Eu procuro fazer um jejum de umas quatro ou cinco horas pra evitar complicações, e ela comia meia hora antes. Sai dali e no caminho o Renato me ligou, eu já estava indo pra casa da Lú que é a namorada dele, mas aí ele disse.
- Trás umas cevas.
- Quando eu chegar aí a gente vê isso.

Eu estava louco para parar, me sentar em algum lugar e bater um papo, a ceva era o de menos, até porque eu estava de bucho vazio há mais de vinte e quatro horas. Lembrei-me que era primeiro de maio e por ser feriado não tinha mercado nenhum aberto, então teríamos que comprar cerveja no posto de gasolina mesmo. Ia pagar mais caro mas pelo menos não ia precisar gelar a ceva. Cheguei lá e contei pra eles o meu sábado, comemos uma pizza que eu e o Renato fomos buscar na Sabbores para economizar a grana da telentrega, já que íamos ter que sair pra comprar cerveja de qualquer maneira, mas como toda economia tem um preço nós tivemos que agüentar o mau humor do gordo idiota que é dono da pizzaria, sem falar que eles não tinham feito – e talvez nem fizessem – a nossa pizza. Lombo com abacaxi, strogonof e portuguesa. Chegaram o Manza, o Juliano e a Dani, sem falar no Vico, meu filho. Papo descontraído, gente nem tanto. O clima nunca mais foi o mesmo e eu ne faço questão que seja, já estou farto de cinismo, hipocrisia e inveja, e é só isso o que alguns tem me oferecido ultimamente. Então prefiro que me olhem de cara feia. Sinceramente. Nada de incrível nesta noite, dispensa comentário, larguei a Dani e o Vico em casa e fui dormir, eu estava fudido. Literalmente. E a Tutti devia estar sentada em uma mesa tentando ganhar alguns trocados com as bebidas de algum velho brocha pervertido. Ela também estava fudida e não tinha ganho nem um centavo por isso.

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