04/06/2009

PINGUZZO’S, TABERNA, GUM, BAR do ADRIANO & OSSIP

O roteiro do dia havia sido este, pelo menos pra mim...
Sexta-feira, 23 de abril de 2004 – Das 12:00 às 23:00



Eram 12:35 quando eu entrei no ambiente esfumaçado do Pinguzzo’s naquela sexta-feira. O proprietário, Giovanni Pinguzzo, estava sentado na sua mesa habitual no canto do salão conferindo se os velhos garçons davam o atendimento merecido a uma meia dúzia de clientes cativos. Coisa que nem era mais necessária, mas ele não gostava de fazer vistas grossas. Não no que envolvia o serviço prestado pela casa. É cosanostra.
Freqüentemente eu evitava o almoço para tomar uma gelada no Pinguzzo’s. Uma não, duas, no mínimo. Hoje não seria diferente. O calor estava incomodando até o asfalto. Derretendo-se e retendo a borracha dos pneus dos carros e dos sapatos dos desavisados. As Havaianas vadias dos pés-de-chinelo da avenida Assis Brasil. Estufando as pilhas alcalinas dos camelôs. Sem energia. O Haiti não é aqui. O IAPI é logo ali, mas não é pra qualquer um.
Não agüentava mais ficar dentro do escritório e então desci e fui resolver meus problemas. Logo após entrar sentei-me no balcão e pedi uma Brahma. Bem gelada. Três copos depois ela foi substituída a altura por outra não menos gelada. Vestida de noiva. Pronta para casar, levaria pra casa se soubesse que isso não causaria transtorno. Poderia pelo menos tirar uma foto se tivesse câmera. Em meio a esse coletivo de impossibilidades, emborquei mais essa garrafa. Fiz sinal para que o garçom esperasse quando vi que ele já estava sacando outra de dentro do freezer. Fui até o banheiro sob a supervisão silenciosa dos que estavam no local, inclusive do garçom. Urinei com calma. Balancei meu pau o suficiente para quase ter uma ereção e mesmo assim, ainda guardei uma gota de urina para a calça. Lavei as mãos e esfreguei-as nas calças, porque, pelo visto, o senhor Giovanni novamente não havia comprado papel toalha para os banheiros. Sentei-me no mesmo lugar onde havia sentado antes e fiz sinal para que o garçom me trouxesse enfim a terceira. Percebi que ele não tirava os olhos de mim desde que eu havia sentado naquele balcão a primeira vez. He’s got a TV eye on me. Após alguns goles, quando minha paciência finalmente esgotou-se perguntei:
- Que pasa?

Ele encarou-me um instante e depois baixou os olhos para o meu casaco que jazia no banco ao lado, logo voltando a encarar-me como se quisesse que eu seguisse o seu olhar, e conseqüentemente, seu raciocínio.
- O casaco – falou, referindo-se ao meu antigo uniforme azul escuro com listras brancas nos braços e nos punhos, e levemente surrado pelo tempo que eu carregava comigo nem sei porque, já que o calor não dava sinais de que fosse cessar.
- Reformado da Marinha – sussurrei sério. E emborquei mais um gole de cerveja.

Ele interrompeu por um instante a atividade que exercia (passar pano no balcão, mal e porcamente) e olhou-me questionando incrédulo.
- Marinha Mercante? Do porto de Casino?
- Do Forte – respondi – Avenida do Forte, extinto Marinha Magazine.

E o assunto acabou aí. Terminei a minha cerveja e paguei a conta. Sete e cinqüenta. Bom e barato. Não fossem tão relapsos com o papel toalha, eu diria até que é um ótimo ambiente familiar. Enfim, a mim me bastava. Freqüentava constantemente apenas para tomar duas ou mais cervejas, e distrair os pensamentos em meio ao silêncio fúnebre do local e ao baixo nível dos poucos diálogos dos outros freqüentes. Após ter um pouco mais de intimidade, fui descobrir mais tarde que o Sr. Giovanni era parente de ninguém menos do que Valentino Guzzo (ou Pinguzzo, como era seu nome verdadeiro, de batismo, como se diz), a Vovó Mafalda. Primeiro entertainer transex em programas infantis. Assistente do Bozo, aquele palhaço.
Os dois haviam vindo da Itália fugindo da guerra escondidos no porão de um navio. Descascando batatas e alimentando a fornalha dia e noite, sempre com a promessa de ter uma vida melhor na América. Que perda de tempo. A Itália se reergueu rapidamente após a guerra, já o Brasil, nem com supositório de Viagra.

A tarde de sexta não foi muito agitada em termos de trabalho. O calor continuava, pouca atividade na rua e uma vontade de deitar a cabeça na mesa e esquecer os problemas. Deitar os problemas na mesa e esquecer a cabeça. Deitar os problemas na cabeça e esquecer a mesa. Deitar na mesa e esquecer de tudo. Circulei um pouco dentro da sala e só o que eu consegui fazer foi suar. Espiei pelas persianas, o pó das janelas não permitiu ver nada. Abria a janela e no horizonte se aproximava uma onda imensa. Uma onda imensa de calor. Não bastasse o insuportável, algo maior se aproximava. Os carros correndo pareciam fugir. As pessoas desnorteadas descendo dos ônibus. Uma turma de moleques em suas bermudas e chinelos de dedo fingindo que o verão não acabou. “Ei! Que tal surfar essa merda rapazes?!” Silêncio. “É, aposto que nenhum de vocês é capaz. Ou simplesmente não estão me ouvindo...” Eu estou apenas no segundo andar, mas já me sinto alto demais. Sob o parapeito da janela, o luminoso do antigo locatário da sala. Salão de beleza Chandelle. Porra! Realmente, é melhor não chamar muita atenção nessa janela. Fechei as persianas novamente e tornei a circular na sala indo até o banheiro refrescar o rosto com um pouco d’água. Nada que me deixe mais calmo. Fui até a grade da porta e pude perceber o corredor vazio, resolvi ir conversar com a minha vizinha de escritório. Ela estava completamente desocupada e sozinha em sua sala, provavelmente jogando paciência ou algo do tipo, mas fingindo cumprir uma infinidade de tarefas complexas e insuperáveis. Fiz uns rodeios, falei sobre o calor e as desilusões do homem moderno perante a máquina capitalista, engatei um sambinha que terminava em ‘pára pará, pará pará pára’ e, depois de alguns truques com cartas e um pouco de malabarismo de semáforo, convidei-a para tomar uns chopes lá na Taberna. Havia já algum tempo que eu a estava convidando e ela nunca aceitava, sempre encontrava uma desculpa boba para ir pra casa na última hora. Se por um acaso hoje ela não aceitasse, não seria nem um pouco diferente. O fato é que nessa sexta-feira, além de o calor estar insuportável, ela estava comemorando o seu último dia de trabalho no escritório de recursos humanos que ficava na sala ao lado. Contou-me alguns fatos desonrosos a respeito da sua patroa. Uma mulher no alto de seus quarenta anos, formada em psicologia e que, apesar dos poucos atributos físicos que oferecia e de uma certa ausência de simpatia, considerava-se ainda um “pedaço de mau caminho”. Bem, talvez o pedaço de chão batido e esburacado, com uma dezena de pedágios e sem acostamento. Sem falar nas constantes barreiras e blitz. Freqüentemente analisando o movimento ao redor e exigindo o pagamento de favores masculinos. Realmente um pedaço muito ruim de mau caminho. Merece um caminhão de Kaiser. Um comboio talvez...
Contou também que havia brigado com um estagiário, igualmente quarentão, que se achava dono do negócio por talvez não conseguir aceitar a condição ridícula em que se encontrava. Em suma, ela não estava mais inclinada a sujeitar-se a certas coisas pela mixaria que ganhava ali.
- Certo, certo... nada disso me interessa, então, vamos tomar aquele chope hoje? É por minha conta, eu não vou pagar mesmo...

Ela aceitou. E então eu demonstrei todo o meu apoio a respeito da história triste que ela havia me contado antes, e concluí que sair daquele escritório era a melhor coisa que ela podia fazer. Afinal, se alguma coisa tivesse que acontecer aconteceria hoje, depois dos chopes. Senão, o melhor era torcer pra que a próxima secretária fosse mais acessível (até foi, mas essa é outra história).
Já tínhamos feito festa juntos, acidentalmente, uma vez, em um antro de empregadas e gente suada e pegajosa chamado ROSEplace. Um lugar vergonhoso onde desfilam camisetas regata e bonés de propaganda. Com pessoas que não conseguem administrar sua própria saliva dentro da boca e se perfumam com desodorante, pelo corpo todo. Onde a Kaiser long neck custa cinco reais e ainda assim esgota. Eu fui para lá por influência dos terroristas, a “tropa de elite” do outro lado da lei. Ela estava com a Fló, uma ex-rainha do Colégio Dom Bosco – onde eu estudei durante uma boa parte da minha vida – mas que nem era tudo isso, e uma outra amiga que eu não lembro se me disse o nome e nem importa, porque eu nunca mais vi e nem faço questão. Se a ex-rainha já não era grande coisa, essa então, nem pra miss simpatia servia. Eu realmente tinha interesses extra-classe com a garotinha, mesmo fugindo bastante às minhas preferências. Talvez seja um indício de pedofilia da minha parte, perversão, não sei, talvez fosse apenas curiosidade.
O nome dela era Letícia (acho que ainda é) e eu a chamava de Letícia Bebê, pois ela tinha dezoito aninhos recém-feitos e era uma gracinha loirinha, toda meiga, com as bochechinhas sempre coradas e um ar de inocência que dava vontade de tirar. Algo nos padrões Britney Spears pré-babyboom, antes de ela começar a desfilar por aí com a xereca de fora, os peitos caídos e a cabeça raspada. Antes, bem antes. Não que a Britney seja padrão, nem mesmo interessante ela é, mas o ar de ingenuidade, o aspecto de pureza... Limpeza talvez seja a palavra, a ausência de doenças e perebas, isso faz com que qualquer homem queira enfiar o pinto imediatamente. Sem se ater a perdas de tempo “preservativas”. O sentimento de poder afundar a boca ali embaixo e sentir o perfume de seus pequenos lábios na ponta da língua, depois dormir com a cabeça em suas coxas e acordar para um novo dia de felicidades infinitas! Ok, não é bem assim, é claro que não. As últimas divagações estão ainda muito longe de serem verdade, mas mesmo assim, é bom de vez em quando pensar que isso poderia ser possível e continuar experimentando as várias variedades femininas que a vida oferece. Dos quatorze aos quarenta, com algumas exceções às vezes, para cima ou para baixo. Acredito até que eu não estaria escrevendo tudo isso se a coisa tivesse dado certo, mas agora o que me resta é aproveitar que não deu. A hora dela talvez ainda esteja por vir, não é uma carta devolvida ao baralho, apenas juntou-se a outras cartas velhas num montinho do meio da mesa. Algumas mais velhas do que as outras, algumas já marcadas, inclusive. Então, a menina andava meio enrolada com um ex-namorado que trabalhava no Hotel Blue Tree e devia ser um completo idiota adolescente, pois a deixava soltinha assim, mesmo ela sendo apaixonada. Que seja. Talvez o cara tivesse ofertas melhores no seu emprego de carregador de malas, gorjetas no quarto, e sei lá o que. Mesmo assim, melhor um peitinho na mão do que dois no sutiã... Tudo combinado, cada um encerrou o seu respectivo expediente, e neste dia nós fomos até a Taberna para um happy hour descontraído. Se é que isso é possível...
Chegando lá, após cumprimentar o pessoal, sentamos no balcão (nos bancos em frente ao balcão, mais precisamente) e eu pedi dois chopes, para abrir os trabalhos. O primeiro chope de uma noite quente tem uma expectativa de vida curtíssima, então, em menos de um minuto, eu pedi o meu segundo. Depois, após uns dez minutos, tive que convencê-la a me acompanhar enquanto eu tomava o terceiro. No mesmo balcão estavam os clientes habituais, Fernando e ‘Seu Eny’. Os costumeiros freqüentadores da Taberna no fim de tarde. Em meio aos chopes, juntamente com o Jorge e a Rosane engatamos o tradicional papo de culinária. Cada um extrapolando em suas receitas mais mirabolantes com molhos e temperos variados e exóticos. Especiarias do extremo-oriente e o caralho a quatro. Nem tudo que seja possível colocar em prática, ou simplesmente, em uma panela, mas que dá uma coceira na garganta enquanto se imagina. Coisa de gourmet. Assunto para gente entendida ou, pelo menos, que se fizesse entender. O que não era o caso dela. Infelizmente a pequena só dava bola fora e eu já não sabia onde me enfiar. Agüentei por alguns minutos intermináveis os olhares de repressão do resto do pessoal. Talvez somente eu conseguisse perceber esses olhares, mas eu tenho certeza de que eles existiram. Afinal, eu estava apenas no terceiro chope. Acho que esse foi o meu castigo por ter tentado colocar o quadrado no buraco redondo (qualquer semelhança com alguma marca de cerveja é mera coincidência). Todo mundo lá tem gosto apurado e procura esmerar-se nas coisas que faz. Só que ela resolveu participar da conversa dizendo que não gosta de muito tempero na comida, não é chegada em pratos muito sofisticados e, que o bom mesmo é McDonald’s com ketchup. Poderia ter evitado o comentário, não era necessário. Ninguém tinha pedido a sua opinião. De qualquer maneira, se a minha intenção fosse simplesmente enrabá-la, por prazer ou castigo, até teria concordado, defendido um pouco a sua tese. Tentaria explicar que em madrugadas frias, após uma certa quantidade de cerveja y otras cositas, não há nada mais acalentador que um cheeseburguer do Mac, mas não, não dessa vez. Eu definitivamente não estava só a fim de enrabá-la. Bom, talvez depois disso sim, mas não seria por amor. De jeito nenhum. Tadinha, perdeu a sua grande oportunidade de ficar quieta. Pedi mais dois chopes, saideira – no copo fininho – tomamos e me despedi do pessoal. Ela tinha que chegar cedo em casa e eu tinha que chegar em Esteio ainda antes das oito, o que representava vinte quilômetros de BR116 no horário de pique das universidades. Precisava ir até uma transportadora para coletar a mercadoria que não havia sido despachada para mim na tarde deste mesmo dia. Mercadoria que eu precisava entregar num cliente no dia seguinte. Tomei os chopes, me despedi do pessoal e tomamos nosso rumo, e logo que arranquei com o carro ela me disse ter gostado bastante do pessoal enquanto ajeitava o cinto de segurança – talvez tenha dito mais para me agradar do que sinceramente falando. Temo que a recíproca não fosse verdadeira, ela era realmente um bebê, seu lugar não era num bar como a Taberna, onde as pessoas te mastigam com o olhar e te engolem com uma dose de steinhaeger Schlitche. Em resumo, valeu a tentativa, mas nenhum de nós merecia isso. Deixei-a na frente de casa e parti com pressa para Esteio. Pelo menos não teria que conversar a respeito disso na segunda feira, ela já não estaria mais trabalhando na sala ao lado.
Com quatro chopes na cabeça e a vontade de resolver esse outro problema, atravessei a BR116 exigindo o máximo do Golzinho, e chegando lá, carreguei a mercadoria, bati um papo com um dos donos da transportadora – que deve ter notado que eu estava meio pra lá e com bafo de ceva, mas mesmo assim me deu papo – e voltei batido pra Porto Alegre. Ainda na estrada, meu telefone tocou e era o Fábio ativando pras festas da noite. O aniversário da Sara no boteco do Adriano e o nosso amigo Bandeira que ia pôr som no Republic Pub. Confirmei presença em todos os eventos, até porque eu já ia aproveitar pra ir no Gum entregar duas caixas de azeite que havia pego na transportadora, e, é claro, já ficaria por lá para tomar umas cervejas. Cheguei em casa e descarreguei o que era desnecessário, e deixei no carro só as duas caixas de azeite e os quatro baldes de azeitona preta que deveria entregar na Bazkaria no dia seguinte. Peguei a mochila com umas roupas – o kit de sobrevivência – e me mandei pra fazer as entregas da noite. Nem perdi tempo trocando de roupa, afinal, estava elegantemente vestido como exige a profissão. HaHAHAHAHh! Cheguei no Gum lotado, me espremi no meio daquele mar de gente, para chegar até a cozinha e deixar a encomenda. Marquei com a Fran de passar mais tarde pra cobrar. Fui para o Ossip, cerca de quinhentos metros dali. Cheguei lá e não encontrei ninguém, pelo menos não quem eu esperava. Os Terroristas. Capitaneados por Louis Terror e seu fiel escudeiro, o pirata tomador de Malibu, Silent Boy. Gabriel Mallet para os íntimos. Entrei no Ossip, dei um alô pra Liana que estava trabalhando nessa noite e fui a pé até o Bar do Adriano que é na mesma quadra só que na calçada oposta. O Adriano era um boteco tradicional, onde se reunia o pessoal da literatura e do teatro de Porto Alegre, além dos eventuais ratos de bar. Só que agora virou modinha da cidade baixa tomar cerveja no Adriano, que é mais barato do que pagar a decoração de boteco temático e “Melhor de Porto Alegre segundo a Revista Veja” do Ossip, além de conviver com o monte de pseudo alguma coisa que infestam a sua calçada de esquina. Infelizmente em pouco tempo esses ‘pseudos’ descobriram o boteco Adriano e como é de costume, usufruíram dele até que se tornasse inviável, e o Bar do Adriano infelizmente fechou. Uma baixa lamentável na escalação de bares underground de Porto Alegre. Mas isso também é outra história. Cheguei ali e encontrei a Criss, a Sara e a sua amiga feia e asquerosa, Diana – sempre com cara de quem comeu e não gostou ou nem sequer foi comida. E mais algumas figuras de uma bandinha conhecida com nome de super-herói japonês. Infelizmente, apenas a ‘banda podre’ da banda. Cumprimentei a aniversariante e devido à baixa alegria dos presentes no local, já tratei de pegar o telefone e ligar para ver onde andavam os Terroristas. Nessa hora chegou o Bandeira, que eu não via há algum tempo e enquanto o cumprimentava, o Fábio atendeu ao telefone e me disse que eles já estavam no Ossip.
- To indo praí.

Fui. Nem me despedi. Cheguei em frente ao Ossip e comentei com eles que o Bandeira estava lá no Adriano, com as gurias, e o Fábio então saiu correndo. Fiquei ali conversando com o Louis, o Gabriel e o Papi. Tomamos umas duas ou três Original, e então chegou a derradeira hora de ir pro Republic Pub. Levantamos âncora e partimos para o Adriano, catamos o Fábio e o Bandeira ainda na frente e sem muita conversa fomos em direção ao lugar. No caminho, antes de entrar, demos uma passada no prédio da Xanda – a namorada do Bandeira, que estava viajando – a uns trinta metros do Republic, e ali, nos degraus da escada mesmo, nós esticamos umas três linhas pra cada um e mandamos ver. Sem se importar com a poeira dos degraus, nem mesmo com os moradores que poderiam surgir por ali a qualquer momento. No corredor do prédio, com a luz acesa. Ninguém estava preocupado em ser silencioso, nem era preciso. O guardador de carros ainda ficou espiando a curiosa função pelos vidros da porta, na expectativa de alguma sobra. Perdeu tempo e gorjetas.

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